Paranapiacaba é cenário de abandono

Vila de Paranapiacaba, vista da Igreja Matriz
Eu estava preparando um guia de viagens rápidas aqui para os leitores. Um guia com dicas de cidades próximas com algumas atrações e onde não se gaste muito din-din. Ia começar com a Vila de Paranapiacaba, quem me conhece sabe o quanto gosto de lá e se você não me conhece, saiba disso, pois já fui muitas vezes pra lá, inclusive pra fazer trilha.

Mas, me deparei com esta noticia da "Agência Estado" que reproduzo aqui. É impressionante como o descaso do poder público, pode acabar com um lugar tão acolhedor e onde há tanta história.

Este ano é ano de eleição. É claro que temos que pensar no básico primeiramente: Segurança, educação, emprego... Mas, respeito a história e um cuidado com a cultura são importantes para a manutenção de um povo. Detalhe: A vila é administrada pela Prefeitura de Santo André, que na minha opinião é um exemplo em matéria de preservação do Meio Ambiente e Cultura. Se uma cidade que cuida bem disso, deixa a Vila ficar desse jeito, imagine as prefeituras que nem preservam nada... Pense bem em quem você vai escolher pra comandar seu país e seu estado em outubro. Desabafo feito, leia a notícia:

Até +
Vila inglesa histórica é cenário de abandono

Em Paranapiacaba, museu ferroviário fechou em janeiro e ruas estão vazias
14 de março de 2010 | 0h 00
Enquanto abre as portas dos galpões do museu fechado por falta de luz, Thomas Otavio Corrêa, de 27 anos, conta em detalhes a história de Paranapiacaba, vila criada pelos ingleses da São Paulo Railway nos anos 1860, no alto da Serra do Mar. Lembra de locomotivas a vapor, d. Pedro II, Barão de Mauá... Mas, quando o assunto chega ao presente, a empolgação vai embora.
Voluntário da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), Corrêa faz coro às lamentações dos cerca de 1.300 moradores do vilarejo: Paranapiacaba ainda patina como vila turística e tem muitas dificuldades em zelar pelos bens tombados pelos órgãos de defesa do patrimônio histórico - o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (Condephaat), órgão paulista, oficializou o tombamento em 1987 e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), federal, em 2002.
O museu mantido pela ABPF no entorno do antigo leito da linha férrea está fechado desde janeiro porque falta energia elétrica. Um transformador queimou e não foi trocado. A prefeitura de Santo André, que administra Paranapiacaba, prometeu substitui-lo, mas não deu prazo para finalizar a compra.
Entre a memória guardada no museu estão locomotivas a vapor, vagões de madeira usados por d. Pedro II e todo o maquinário do funicular, sistema de tração que até 1974 locomovia os trens pela serra com cabos de aço. "Para fazer a manutenção adequada, precisamos de energia. Sem ela, achamos melhor fechar", conta Thomas Côrrea. "A prefeitura chega a falar daqui como outra Campos do Jordão, mas está muito longe disso."
À margem da linha férrea, as dezenas de casas de madeira do século 19, de estilo vitoriano e que dão forma à "vila inglesa", são alugadas pelo município a quem deseja morar ou investir na vila. Mas parte desses imóveis, destinados para fim comercial ou residencial, está fechada ou foi desocupada recentemente por despejo - casas vazias são alvo constante de invasores, que as ocupam e esperam por acordo com a prefeitura.
Desde junho do ano passado, a administração municipal não renova os contratos de locação, o que dá à prefeitura o direito de pedir a casa de volta a qualquer hora. Nos últimos anos, apostando no turismo, alguns locatários dos imóveis tombados passaram a pagar aluguéis dez vezes mais altos do que os antigos, entre R$ 500 e R$ 600. Mas até esse grupo reclama mais investimento. "O único caminho é criar um órgão gestor com os governos municipal, estadual e federal", diz o diretor de cartório aposentado Rogério Toledo Arruda, de 64 anos, desde 2007 em Paranapiacaba.

Um comentário:

  1. Poxa..é uma pena é um belo lugar para passear com uma história muito bonita..espero que os nossos governantes olhem melhor para essa cidade ....ela merece um trato melhor do que esse.

    Daniel Richter

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