Vai descer onde ?

Conhece a estação Zumbi de Palmares do Metrô? E a Juventus, sabe onde fica? Ouviu falar da Frei Galvão, pertinho do Mosteiro da Luz, no Centro? Não? Pois elas já existem, só que ainda atendem por seus nomes de batismo: Anhangabaú, Bresser (na Linha 3-Vermelha) e Tiradentes (na Linha 1-Azul). As novas denominações são só algumas das apresentadas pelos deputados estaduais nos últimos anos. Hoje, ao menos 13 projetos de lei para alterar designações de paradas do Metrô e da CPTM tramitam na Assembleia Legislativa (veja quadro abaixo).

No caso da estação Jardim São Paulo, na Linha 1-Azul, o nome de Ayrton Senna será acrescentado ao original em breve. O piloto morou na região da parada, na zona norte. A alteração foi vetada pelo Executivo, mas a Assembleia derrubou o veto e seu presidente, Barros Munhoz (PSDB), promulgou a mudança. O Metrô informou ontem em nota que está “analisando impactos de ordem técnica, bem como os custos decorrentes da alteração (...) para a viabilização dos recursos necessários” para a mudança.


A tentativa de rebatizar as paradas está virando mania entre os parlamentares, num processo similar ao que ocorre na Câmara Municipal, onde os vereadores parecem competir para ver quem nomeia mais praças, ruas e avenidas. “É um absurdo. São projetos irrelevantes e que podem acabar sendo um desserviço para a população, pois alteram nomes que já são referência”, afirma a vice-diretora do Movimento Voto Consciente, Rosangela Giembinsky.

O ex-governador José Serra (PSDB) vetou oito propostas, argumentando que “a definição das estações está adstrita a conceitos (...) fixados após acurado estudo que inclui a análise de referências históricas, geográficas e urbanas do local”. Os projetos voltaram para a Assembleia e devem ter o veto derrubado nas comissões de Justiça e Transportes, tornando-se lei, a exemplo da Jardim São Paulo-Ayrton Senna. Para o superintendente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), Marcos Bicalho, há muitos nomes para uma malha pequena. “Isso ainda apaga a memória da cidade.”

Existem temas mais urgentes às necessidades da população do que a mudança dos nomes de estações de metrô e trem. A atualização de mapas, placas e totens de informação não é barata e gera custos, que, no fim, serão pagos pelo contribuinte.

Vale até para inacabadas
As estações Butantã (na Linha 4-Amarela; foto) e Tamanduateí (Linha 2-Verde) ainda não foram inauguradas, mas já existem propostas na Assembleia que alteram os seus nomes para São Paulo Futebol Clube-Oscar Erbolato e Tamanduateí-Imperador do Ipiranga, respectivamente. No caso da primeira, a homenagem é para o time de futebol paulista, que, estranhamente, já estará no nome da futura estação São Paulo-Morumbi, vizinha à parada Butantã. Já a outra presta honras à escola de samba Imperador do Ipiranga. Seria a terceira estação do sistema a ter “Ipiranga” no nome.

Na CPTM, preferência é por religião e família
Nas estações da CPTM existem propostas para alterar os nomes das estações Autódromo (que se chamaria Irmã Agostina, missionária italiana), Primavera-Interlagos (que passaria a ter o nome de Benedicta Ramos Caruso, avó do deputado Jorge Luis Caruso, do PMDB, o mesmo partido do autor do projeto, Baleia Rossi) e Guaianazes (que se denominaria Deputado Guilherme Gianetti).
Fonte: MTV na Rua - Texto Original (Muito nome para pouca estação)

Comentário do BEC: Veja o infográfico

Até então, apenas duas mudanças haviam ocorrido em toda a história do Metrô (Sumaré para Santuário Nossa Senhora de Fátima/Sumaré, em 2003, e Ponte Pequena para Armênia, em 1985).

Fonte: Skyscrapercity

Veja bem quando for votar, se o candidato ao cargo diz ter muitos projetos. Talvez, uma grande parte seja de projetos deste tipo. Projetos irrelevantes, diante das necessidades que temos em todas as áreas

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